Especialistas explicam a relação entre queda no desempenho sexual e predisposição a eventos cardiovasculares
São Paulo, julho de 2020– Cercado de muito preconceito, o diagnóstico de disfunção erétil ainda é um tabu entre os homens. E, diferente do que se pensa, o problema não afeta apenas aqueles com mais de 40 anos. Especialistas afirmam que cerca de 2% dos homens acometidos pela impotência sexual são considerados jovens.
Segundo estudiosos da Universidade Católica de Leuven, na Bélgica, o que deve colocar esse público mais jovem em alerta é que a disfunção erétil pode ser um indicativo de risco cardíaco. Os pesquisadores chegaram a essa conclusão usando como base ensaios clínicos europeus, que avaliaram os níveis hormonais e a função sexual de pelo menos 1900 participantes. Dentre os homens que apresentavam disfunções hormonais e sexuais concomitantemente, o risco de morte por doenças cardíacas era superior a 50%.
Para o cirurgião cardiovascular, Dr. Elcio Pires Jr., isso se ocorre porque, tanto a disfunção erétil quanto às doenças cardiovasculares, têm fatores de risco em comum, como: obesidade, diabetes, hipertensão, tabagismo, altas taxas de colesterol ruim e síndrome metabólica. “Essas doenças acabam levando a uma inflamação crônica, que causa enrijecimento das artérias e, consequentemente, um problema de vasodilatação, aumentando o risco de infartos e derrames”, afirma o cirurgião.
Já o urologista e especialista em Reprodução Humana, Dr. Matheus Gröner, explica que esse tipo de quadro inflamatório pode impedir que haja uma ereção suficiente para uma relação sexual satisfatória. “Se o sangue não circula corretamente pelas artérias, logo esse paciente terá problemas para canalizar o sangue no pênis e alcançar a ereção. O desempenho sexual está totalmente associado à qualidade de vida e à saúde de órgãos vitais, como o coração. Por isso, o assunto deve sempre ser abordado pelo médico durante uma consulta, de maneira simples e direta”, conclui Gröner.
Vale lembrar que, tanto a disfunção erétil quanto os principais problemas cardiovasculares, são tratáveis e evitáveis com simples mudanças de hábito de vida, como: uma alimentação equilibrada, a prática regular de exercícios físicos, evitar o consumo de álcool e abandonar o tabagismo, além da realização de check-ups de rotina. O controle dos fatores de risco cardíaco é o primeiro passo para restaurar a qualidade de vida e desempenho sexual destes pacientes.
Elcio Pires Junior é coordenador da cirurgia cardiovascular do Hospital e Maternidade Sino Brasileiro – Rede D’or – Osasco, e coordenador da cirurgia cardiovascular do Hospital Bom Clima de Guarulhos, cirurgião cardiovascular pela equipe do Dr. André Franchini no Hospital Madre Theodora de Campinas. É membro especialista da Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular e membro internacional da The Society of Thoracic Surgeons dos EUA. Especialista em Cirurgia Endovascular e Angiorradiologia pela Santa Casa de Misericórdia de São Paulo.
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