Dados mostram que, quando decorrente da vacinação, a doença atinge mais os homens
O avanço da vacinação contra o coronavírus trouxe uma discussão sobre um raro efeito adverso da vacina: a miocardite. Essa é uma inflamação do músculo cardíaco que tende a ocorrer por meio de doenças infecciosas ou não infecciosas, como a gripe e a Covid-19.
As vacinas contra o coronavírus de mRNA, como a fórmula da Pfizer e da Moderna, que buscam provocar uma resposta do sistema imunológico contra o vírus, podem causar a miocardite. De acordo com dados divulgados pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), 75% dos casos de miocardite associados à vacina contra a Covid-19 foram diagnosticados no público do sexo masculino.
“Existem vários estudos que mostram a relação da vacina com o surgimento da miocardite. Eles também revelam que se uma pessoa pegar o coronavírus, ela tem mais chances de desenvolver a miocardite, do que alguém que recebeu a imunização de mRNA. Os benefícios da imunização compensam esse baixo risco, já que os raros relatos são de casos leves a moderados”, explicou o cirurgião cardiovascular e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular, Dr. Elcio Pires Junior.
Os sintomas mais comuns da miocardite são dor torácica, falta de ar, inchaço, fadiga e sensação de palpitação nos batimentos cardíacos. A Anvisa orienta aos vacinados que, em caso de apresentarem sintomas, procurem imediatamente atendimento médico.
“A miocardite tem cura e o tratamento pode ser feito com anti-inflamatórios até com medicações específicas para insuficiência cardíaca e arritmias. Em alguns casos é preciso que o paciente tome alguns cuidados, como restrição às atividades físicas, por isso, se apresentar sintomas, é importante procurar um especialista”, finalizou o Dr. Elcio Pires Junior.
Mas, independente de possíveis casos desta ou de outras doenças, a recomendação é que sempre busquem orientação médica e mantenham suas vacinas em dia, inclusive contra a Covid-19.